A FLOR DOS LARANJAIS


... eu pensava que Budapeste fosse cinzenta, mas Budapeste era amarela.
Trecho da obra “Budapeste” de Chico Buarque. Ano de publicação: 2003. Esse livro foi-me doado por um hóspede que contentou-se ao me ver lendo Ernest Hemingway dizendo ser, também, um de seus autores preferidos, além de Chico Buarque.
Se alguns anos anteriores, alguém sobrevoasse a então Capital Brasileira da Laranja na entressafra, esse alguém diria: “A cidade é verde”, de acordo com o largo cinturão de lavouras cítricas que por aqui era cultivado. Já na fase temporã aos frutos, diria: “A cidade é branca”, pelo alvo das flores das laranjeiras. E no período sazonal, este mesmo alguém teria outra impressão: “A cidade é dourada”, levando em conta a vasta cor alaranjada destes mesmos pomares.
Bem antes de 2003, o Chico não precisaria divagar (na verdade, ele ainda não teria visitado Budapeste), assim, tão distante, lá pelos céus da Hungria, pra ter a conclusão sobre o aspecto multicolorido de uma cidade. Bastava sobrevoar por aqui e certificar que a cidade é dourada o ano todo, devido ao brilho das joias folheadas que se espalham por todo o município.
Isso, sem dizer que o verde sempre foi e será eterno aos nossos olhares, perante a eterna vocação que esta terra tem para a agricultura e o meio ambiente.
E você, caro leitor brasileiro, antes de embarcar para Budapeste, sobrevoe Limeira, a Capital dos Folheados. Solte o cinto, relaxe na sua poltrona e leia o Chico. Vale a pena.